Especialidades e Tratamentos

Patologias Cutâneas

A parte clínica da dermatologia consiste no diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças de pele. Abaixo, listamos as patologias clínicas mais comuns na prática dermatológica. 

Acne

Trata-se de uma condição da pele muito comum, maior causa de procura pelos consultórios dermatológicos, popularmente chamada de espinhas.

É caracterizada por pele oleosa, com cravos (comedos abertos), espinhas (comedos fechados), nódulos e cicatrizes.

Acomete face e dorso, na maioria dos casos.

Tem influência genética, hormonal, alimentar e medicamentosa.

O tratamento da acne inclui desde medicações e produtos tópicos até uso de medicações por via oral. Entre estas medicações, a mais famosa é a isotretinoína (popularmente chamada de Roacutan®). Para o uso da medicação, no entanto, deve-se apresentar uma acne grave ou refratária a outros tratamentos.

O tratamento precoce e correto da acne, bem como não cutucar as lesões, é a melhor prevenção de manchas e de cicatrizes de acne.

Para o tratamento de cicatrizes, veja a sessão Cicatrizes.

Acne da mulher adulta

Assim como o nome já indica, a acne da mulher adulta é caracterizada pelo aparecimento ou persistência da acne na mulher, após os 25 anos.

Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões de acne mais inflamadas (“acne interna”), predominantemente no terço inferior do rosto, que pioram no período menstrual.

 Em alguns casos, a acne da mulher adulta está relacionada a alterações hormonais, o que caracteriza, na maioria dos casos, a Síndrome de Ovários Policísticos.

O tratamento da acne da mulher adulta inclui desde medicações e produtos tópicos até uso de medicações por via oral. Pílulas anticoncepcionais, antibióticos e isotretinoína (popularmente chamada de Roacutan®) são algumas das opções terapêuticas.

O tratamento precoce e correto da acne, bem como não cutucar as lesões, é a melhor prevenção de manchas e de cicatrizes.

Para o tratamento de cicatrizes, veja a sessão Cicatrizes.

Herpes

A herpes engloba duas doenças diferentes: herpes simples e herpes zoster, causadas, respectivamente, pelo vírus da herpes e pelo vírus da varicela zoster. Como são causadas por vírus, são doenças potencialmente contagiosas.

Herpes simples

Infecção, geralmente de caráter recidivante (ocorre várias vezes ao longo da vida), causada pelos vírus da herpes tipo 1 e tipo 2.

A infecção gera sintomas iniciais de queimação, coceira ou pinicação na pele. Após alguns dias, surgem vesículas (pequenas bolhas) sob uma base avermelhada na pele, que tendem a romper e cicatrizar em algumas semanas. O diagnóstico da doença geralmente é clínico, ou seja, pelo exame dermatológico completo pelo dermatologista devidamente capacitado. Em casos de dúvida diagnóstica, pode-se realizar biópsia das lesões ou coleta de material/secreção da bolha (Citodiagnóstico de Tzanck).

O tratamento é imperativo para alguns casos, com antivirais por via oral. Quando o paciente apresenta muitas crises ao ano, pode-se indicar o tratamento preventivo, geralmente com medicações antivirais em doses menores do que as habituais para a doença em atividade.

Herpes Zoster

Infecção causada pelo vírus Varicela Zoster, que é o vírus causador da varicela (catapora) e herpes zoster ou cobreiro.

Antes do aparecimento das lesões cutâneas, o paciente pode apresentar febre, mal estar, dores ou queimação na pele. Após alguns dias, o paciente apresenta lesões na pele caracterizadas por vesículas sobre base avermelhada. Ainda que raro, a doença pode acometer outros órgãos ou estruturas, tais como olhos, pulmões e sistema nervoso central. O diagnóstico geralmente é clínico, ou seja, pelo exame dermatológico completo pelo dermatologista devidamente capacitado.

O tratamento, a depender das condições clínicas do paciente, das regiões afetadas e das complicações da doença, pode ser feito em casa ou em ambiente hospitalar. Inclui antivirais em altas doses, por via oral ou endovenosa, além do tratamento da dor (geralmente muito importante) e de outras complicações, se presentes.

Dermatite Atópica

Caracteriza-se, principalmente, por pele muito seca e por lesões que coçam, cujas localizações mais comuns são as dobras dos braços e a parte de trás dos joelhos. Tem períodos de melhora e piora e influência de fatores genéticos.

A doença pode provocar feridas genitais que não sangram e não doem, além de manchas vermelhas por todo o corpo, em especial nas mãos e nos pés.

Os tratamentos para a doença incluem:

  • Cuidados com banhos: devem-se evitar banhos quentes, demorados, com grande quantidade de sabonete ou com auxílio de buchas
  • Hidratação da pele diária, com cremes hidratantes sem cheiro
  • Evitar coçar e cutucar as feridas
  • Controle do estresse e da ansiedade
  • Remédios antialérgicos por via oral
  • Medicações em creme ou pomada
  • Antibióticos em situações específicas
  • Em casos mais graves ou refratários, fototerapia (banhos de luz) ou uso de imunossupressores podem ser utilizados.

Dermatite Seborreica

Trata-se de uma doença crônica, com períodos de piora e de melhora, que acomete áreas pilosas, em especial, o couro cabeludo.

Popularmente, é conhecida como “caspa”.

Apresenta-se como descamação no couro cabeludo, no rosto, atrás das orelhas e no V do decote.

Ocorre mais frequentemente em homens jovens.

Pode piorar com estresse, climas mais frios, banhos mais quentes e com o uso de chapéus, gorros ou bonés.

Como medidas comportamentais, orienta-se:

– controle do estresse;

– evitar o uso de chapéus, gorros ou bonés;

– evitar banhos muito quentes;

– evitar dormir com os cabelos molhados.

 

Além disso, pode ser necessário o tratamento medicamentoso, com shampoos, loções e até medicações orais.

Hidradenite Supurativa

A Hidradenite Supurativa é uma doença inflamatória, crônica que afeta mais mulheres do que homens.

Ainda que não seja comum (incidência de 0,33 a 4 casos por 1000), é uma condição altamente debilitante.

Apresenta-se como nódulos e abscessos, que podem doer, sangrar ou gerar pus e que sempre voltam.

As lesões costumam gerar cicatrizes depois que desinflamam.

As localizações mais comuns são as axilas e virilhas, mas podem ocorrer nas mamas, entre elas, na região perianal e nos glúteos.

As mudanças de estilo de vida são muito importantes no controle da doença. Alimentação saudável, cessação de tabagismo, depilação a laser das regiões acometidas e uso de roupas confortáveis são algumas das medidas essenciais.

O tratamento medicamentoso inclui remédios em forma de pomada, para quadros muito leves, medicações orais ou injetáveis e cirurgias, para alguns casos.

Por ser uma doença crônica, o paciente terá que ser acompanhado por longo período pelo dermatologista.

Hiperidrose

Trata-se de condição caracterizada por sudorese excessiva.

Ela ocorre porque as glândulas sudoríparas, que são as responsáveis pela “fabricação do suor”, são hiperfuncionantes. Existem dois tipos de hiperidrose, a primária e a secundária. A última é derivada do uso de alguns tipos de medicações ou outras substâncias. Já a hiperidrose primária não resulta de uso de medicações e ocorre já na infância ou na adolescência. Neste caso, as pessoas acometidas não suam em repouso ou durante o sono, o que pode ocorrer na hiperidrose secundária.

Apresenta-se como sudorese excessiva, que causa incômodo e limitações na vida do paciente.

Os tratamentos da condição incluem:

  • Medicações e produtos tópicos
  • Medicações por via oral
  • Cirurgia: neste caso, existem dois tipos, a simpatectomia torácica endoscópica – executada por cirurgião torácico ou vascular – e a curetagem e liposucção das glândulas sudoríparas e da gordura abaixo da pele da axila
  • Iontoforese: procedimento que usa a eletricidade de um aparelho para desativar temporariamente as glândulas sudoríparas das mãos e dos pés
  • Toxina botulínica do tipo A, em especial na região axilar, em que a eficácia é extremamente satisfatória (para mais detalhes da Toxina botulínica, clique aqui)

Melasma

Condição crônica, caracterizada por manchas acastanhadas localizadas predominantemente na face e que aparecem entre os 20 e 30 anos, geralmente em mulheres mais morenas.

Como já explicado, apresenta-se como manchas mais escuras, localizadas predominantemente na face, que pioram com a exposição ao sol, geralmente em mulheres mais morenas.

Predisposição genética, história de exposição solar e influências hormonais são alguns dos fatores implicados para seu surgimento e/ou piora.

É indispensável entender que o melasma é uma condição restrita à pele que piora com a exposição ao sol e à luz visível. Os tratamentos incluem fotoproteção, medicações tópicas, medicações por via oral, procedimentos estéticos em consultório e combinações destes. Dentre as opções de tratamentos estéticos, temos,peelings químicos, microagulhamento, MMP® e laseres, em especial o Acroma®, disponível na clínica (veja sessão Tecnologias aqui).

Rosácea

Doença crônica, não contagiosa, que acomete a pele e os olhos e que afeta cerca de 5% da população mundial. Suas causas ainda não são bem estabelecidas.

Caracteriza-se pelo aparecimento de vermelhidão, pápulas e pústulas (lesões semelhantes às espinhas) na face, especialmente na região das bochechas. Mais raramente, pode cursar com aumento de algumas áreas, principalmente da região nasal (rinofima).

Os olhos podem ser afetados e, muitas vezes, não apresentam sintomas tais como vermelhidão ou ardência. 

Os fatores que pioram a doença são diversos: ingestão de álcool, tabagismo, exposição solar, estresse, consumo de alimentos muito quentes ou apimentados, calor, vento e frio.

O tratamento inclui:

  • Skincare adequado, evitando produtos abrasivos para a pele
  • Evitar fatores desencadeantes (acima)
  • Medicações para passar (cremes e pomadas)
  • Medicações por via oral
  • Tratamentos estéticos, especialmente lasers/luz intensa pulsada

Psoríase

Doença inflamatória crônica da pele, do couro cabeludo e das unhas, não contagiosa, que acomete cerca de 2% da população mundial. A sua causa não é muito bem definida, mas se sabe da influência de diversos fatores, dentre eles: componentes genéticos, alterações imunológicas, estresse físico e emocional, infecções, tabagismo e etilismo, uso de medicações específicas e doenças metabólicas.

Apresenta-se como lesões elevadas na pele, com escamas prateadas ou esbranquiçadas, que podem sangrar. Há preferência de localização pelos cotovelos e joelhos e pelo couro cabeludo, mas qualquer região da pele pode ser acometida.

Cerca de 20 a 30% dos pacientes com quadro cutâneo desenvolvem artrite psoriática (quadro articular da psoríase).

O diagnóstico da doença geralmente é clínico, ou seja, pelo exame dermatológico completo pelo dermatologista devidamente capacitado, mas o exame de biópsia de pele pode ajudar em caso de dúvida diagnóstica.

O tratamento deve ser individualizado e deve trazer mais benefícios que riscos para os pacientes. A psoríase não tem cura, mas os tratamentos, geralmente, garantem um ótimo controle da doença e uma boa qualidade de vida para os doentes, dentre eles:

 

  • Cuidados gerais com a pele, tais como hidratação da pele, exposição solar controlada, evitar traumas e machucados;
  • Uso de medicações tópicas (em creme, gel, pomada);
  • Uso de medicações imunossupressoras, por via oral ou via subcutânea;
  • Uso de imunobiológicos;
  • Fototerapia (popularmente chamada de banho de luz).

Verruga

As verrugas verdadeiras são proliferações benignas da pele causadas pelo papilomavírus humano (HPV).

Apresenta-se como alterações duras, espessas, amareladas na pele ou nas mucosas. Pequenas feridas são necessárias para a inoculação do HPV, motivo pelo qual as verrugas são mais comuns em áreas de traumas. As verrugas também podem ocorrer na pele e na mucosa das regiões genital e anal, e neste caso, são infecções sexualmente transmissíveis (ver sessão Infecções Sexualmente Transmissíveis aqui).

O tratamento de verrugas, em geral, é difícil, pelo alto índice de recidiva. Dentre as opções terapêuticas, temos:

  • Crioterapia (aplicação de nitrogênio líquido em consultório)
  • Aplicação de ácidos em consultório
  • Medicamentos em pomadas
  • Retirada cirúrgica

 

Consultas frequentes devem ser realizadas a fim de detectar recidivas. É importante evitar a manipulação das lesões, para evitar contágio para outras pessoas ou para outras regiões do corpo.

Vitiligo

O vitiligo é uma doença crônica caracterizada pela despigmentação da pele, decorrente da perda de melanina, que afeta cerca de 1% da população mundial. A doença pode aparecer em qualquer idade e seus fatores causadores não estão totalmente estabelecidos, mas se sabe que a influência autoimune é bastante relevante.

Apresenta-se como manchas mais claras ou brancas em qualquer região da pele, incluindo zonas pilosas.

O tratamento depende da extensão e da progressão da doença. Em casos de lesões muito extensas ou com progressão rápida, os tratamentos sistêmicos são recomendados: fototerapia, helioterapia (exposição controlada ao sol) e corticoides sistêmicos. Felizmente, a maioria dos casos apresenta poucas lesões, de tamanho pequeno, recomendando-se a terapêutica com medicações tópicas.

Outras patologias tratadas:

– Foliculite

– Dermatite de contato

– Desidrose

– Eczemas

– Erisipela

– Esclerodermia

– Lúpus cutâneo

 

– Farmacodermias (reações a medicações)

– Furunculose

– Granuloma anular

– Granuloma piogênico

– Pitiríase rósea

– Pitiríase versicolor (pano branco) e micoses

– Urticária

 

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